top of page

notícia histórica do mosteiro pedroso

Notícia Histórica do Mosteiro de Pedroso

O monge beneditino Frei Leão de S. Tomás nasceu em Coimbra em 1574 e faleceu a 6 de Junho de 1651. Em 1617 nomeado lente de Teologia na Universidade de Coimbra. Foi eleito geral da sua Ordem duas vezes, em 1627 e em 1638. Foi incumbido de escrever a Crónica de cada convento da sua Ordem e publicou o livro em 2 tomos "A Benedictina Lusitana," tomos editados em 1644 e em 1651.
Lá vem a crónica do Mosteiro de Pedroso.
Mas Frei Leão não resolveu o problema das suas origens, nem da era da sua fundação.
Diz o Dr. João de Barros na sua "Geografia de entre Minho, Douro e Tráz-os-Montes:"
"Da banda de além (do Douro) está o Mosteiro de Pedroso, da Ordem de S. Bento que tem monges e Dom Abade e que foi fundado no Ano 1.100, segundo vi por escrituras no Cartório deste Mosteiro que fazem menção que dantes já havia igreja."
Talvez seja a esta igreja a que se refere o Dr. João Pedro Ribeiro quando nas suas "Observações históricas e criticas" nos fala dum documento relativo à igreja de Pedroso, documento do ano 935. 
Esta data é muito aceitável se atender-mos a que foi no ano 922 que foi construída a pequena e inicial igreja de Grijó.
Mas segundo Frei João do Apocalipse a fundação da Igreja é anterior à invasão árabe, portanto, anterior a 710. Como se vê é difícil descobrir-se a data certa da fundação da igreja de Pedroso. O que é certo é que o Mosteiro de Pedroso é tão antigo como Portugal. Isto prova-se por ter sido Dom Afonso Henriques que concedeu a Carta de Couto ao Dom Abade de Pedroso, seu contemporâneo.
O Abade que se encontrou em documento mais antigo chamava-se Dom Desterigo. O documento colocava-o no ano 897.
A seguir encontrou-se outro com o nome de Dom Pelaio no ano 994.
Na época inicial ou primitiva do Mosteiro foi nele monge Dom Bernardo Pereira, sétimo tio do avô do Condestável D. Nuno. Dom Bernardo faleceu no Mosteiro e nele foi sepultado.

No ano 1078 o Mosteiro de Pedroso foi objecto duma doação opulenta por parte duma Senhora Elvira Formariguêz.
D. Teresa, filha de D. Sancho I, pediu a seu pai o Mosteiro de Lorvão para nele se instalar com outras senhoras que com ela viviam em vida religiosa. A 24 de Dezembro de 1200 D. Sancho I, com o Abade de Alcobaça e Bispo de Coimbra, fez entrega de Lorvão a D. Teresa. Os monges que estavam em Lorvão foram transferidos para o Mosteiro de Pedroso.
Para os receber foi preciso ampliar o Mosteiro de Pedroso com a pedra e material trazido do Crasto então existente no Monte - hoje Senhora da Saúde -. Este Castro teve a sorte que tiveram os outros castros da Península os quais, em grande número, foram desmantelados pelos romanos. Os seus habitantes foram descendo para a planície. Espalharam-se pelas imediações a tomar posse de grandes propriedades rustricas a que davam o nome de Vilas sobretudo os grandes senhores, que, tendo às suas ordens clientes e escravos, se dedicavam à exploração dessas Vilas que mais tarde deram origem às freguesias rurais pelo eu agrupamento em volta do campanário sobranceiro.
O Mosteiro de Pedroso era dúplice, que dizer, ao lado do pavilhão ou sector ocupado pelos monges havia, completamente separado, o pavilhão ou sector destinado às freiras. Esta duplicidade era vulgar nesses tempos agitados pelas lutas com os mouros. As freiras construíam os seus Mosteiros perto dos Mosteiros dos monges, para que estes as defendessem, caso elas fossem atacadas.

        "Diz ainda o Jornal dos Carvalhos"

O Mosteiro, duplex, beneditino - afirmam-no as Crónicas - era um dos mais ricos de Portugal, e foi fundado por Éreo e sua  mulher  Adozinda
nos fins do século IX.
Em 1320 eram eremitáros dos Mosteiro de Pedroso as ermidas de Crasto e de Sergueiros, hoje dentro da freguesia de Perosinho e a ela pertencentes.
Em 1379 já existia no seu Monte uma Ermida a S. Bartolomeu. Essa ermida seria uma capelinha como as "Alminhas das Barrancas" ou talvez mais pequena. Possivelmente era um nicho com uma imagem tosca a quem o povo convencionou chamar S. Bartolomeu.
Nesse Ano de 1379 houve uma contenda judicial entre os frades do convento e o Rei D. Fernando por causa dos direitos de portagem que incidiam nos artigos então vendidos na então Feira de São Bartolomeu.
Pouco antes de 1929 foi interpretado por um distinto sabedor de heráldica o brasão que encimava a porta principal e as laterais da igreja então existente. O destino heráldico que interpretou o brasão da igreja – que pertence à família de apelido Jusarte - aconselhou a procurar no catálogo dos abades um com o apelido Jusarte e que podíamos concluir seguramente  que  essa  igreja  tinha  sido  construída durante o abadessado desse Jusarte. Infelizmente não se conhecia o catálogo dos Abades do Mosteiro de Pedroso.
Mais tarde, numas escrituras de apuramentos duns terrenos que o Mosteiro possuía na freguesia de Fiães, concelho de Feira, encontramos um D. Francisco Jusarte, Fidalgo da Casa de El-Rei e administrador perpétuo do Mosteiro de Pedroso.
Não será este o Jusarte a que se refere o brasão do Mosteiro?
Não seria dentro do período da sua administração que foi construído a igreja ampliada em 1929?
Se os brasões nos indicam que a igreja ampliada em 1929 foi construída no tempo de D. Francisco Jusarte concluiremos que a igreja ampliada em 1929 já não era a primitiva e por isso construída no reinado de D. João III que reinou de 1521 até 1557.
O Mosteiro de Pedroso passou para os Jusuitas no ano de 1555 e esteve na sua posse até 1761, a quando da expulsão da "Companhia de Jesus" pelo Marquês de Pombal.
Segundo dados históricos, o Papa João XXI, Frei Pedro Julião, chegou a ser abade comendatário do Mosteiro de Pedroso.
Porém, como o último responsável eclesiástico do Mosteiro morreu em 1567 e não havia muitos pretendentes à sucessão da comenda, o cardeal D. Henrique, então regente 

do Reino, aproveitou a oportunidade para suprimir o Convento, passando-o a igreja matriz e o mosteiro para residência do pároco.
Em 1737 a residência do pároco passou do edifício do Mosteiro para edifício próprio na Venda Nova, sendo pároco o Reitor Domingos de Sousa Lopes.
Na Torre do Tombo existe um "Dicionário Geográfico" que data de 1758 e diz assim: - É orago e padroeiro da freguesia de Pedroso o Príncipe dos Apóstolos, S. Pedro. Tem a Igreja 2 altares colaterais e o Altar-mor.
Neste se venera o S.S. Sacramento, a imagem do Padroeiro, S. Inácio, S. Francisco Xavier e S. Bento. Nos colaterais em um deles a imagem de Nossa Senhora com o titulo das Neves e no outro S. António com S. Miguel. Tem uma nave e uma só torre.

Pedroso Uma Vila Histórica

A Freguesia de Pedroso, situada no interior do Concelho de Vila Nova de Gaia, tem o seu nome com origem no Castro do Monte do Murado (Castro Petrosos), e que data do ano 7 d.C. Era um povoado castrejo habitado pelos turdulos Velhos, e era servido pela via que ligava Olissipo a Bracara Augusta.
Em 1982, foram encontradas duas peças de bronze, (Tessarae Hospitales) datadas dos anos 7 e 9 d.C., que foram considerados os achados arqueológicos mais importantes da década na Península Ibérica. Pedroso faz parte do principal roteiro arqueológico de Portugal.
Pedroso, foi Couto e em 1575 estendia a sua área de influência por trinta e sete freguesias, que iam desde Gaia à Feira, Aveiro, Vouga, Lafões e Santa Eulália de Vila Maior (concelho de Pereira Jusã).
O seu Mosteiro, por doação de D. Gondesindo, data de aproximadamente, segundo Frei Luís de S. Tomás do ano 897.
O Papa João XXI, Frei Pedro Julião, foi abade comendatário deste Mosteiro. 
Em 30 de Junho de 1989, foi Pedroso elevada à categoria de Vila.
A sua área territorial é a maior do concelho de Gaia, com 1.991 hectares e subdividida por 52 lugares, com uma população de cerca de 30 mil habitantes.
É uma freguesia que é servida dos principais eixos viários do País (E.N. 1. A.E. 1, Nó do Freixo) e um polo dinâmico de grande expansão e desenvolvimento a Sul do Rio Douro.
Pedroso caminha assim na senda irreversível do progresso a Caminho do 3º Milénio da sua História.


Pedroso comemora 1º aniversário de elevação a Vila.

Não interessa remexer no passado, vamos enfrentar o futuro – afirmação categórica do presidente da Junta.
O lugar do Mosteiro, naturalmente por razões históricas, foi o local escolhido para centro de todas as iniciativas, desde uma sessão solene, passando pelas actividades culturais e desportivas. Outro factor de destaque teve a ver com a inauguração oficial do brasão e bandeira da vila, que "serão no futuro a identificação da nossa terra em todo o concelho, em todo o Portugal, e porque não por esse Mundo fora", disse o presidente da Junta.
Considerando que todos devem reconhecer estes factores, o presidente da Junta disse que "agora importa é pensar no futuro, exigindo que nos dêem aquilo que efectivamente merecemos. Mas para isso é preciso que nos empenhemos, usamos esforços para que o desenvolvimento em Pedroso não seja uma palavra vã, contando também com o indispensável apoio da Câmara Municipal".
O Presidente da Câmara Heitor Carvalheiras entende, por seu lado, que Pedroso terá de merecer outro tipo de atenção face ao esquecimento a que esteve voltado, pelo que a Câmara Municipal vai tentar ajudar a autarquia naquilo que for possível e necessário, sem detrimento das outras freguesias do concelho.
Lembrou o edil gaiense que a Junta de Freguesia tem em ombros um empreendimento muito caro, como seja a construção do novo edifício-sede da autarquia, enquanto no âmbito da acção social a edificação de um Centro Social e Paroquial vai ser uma realidade dentro em breve.
Por último, usou da palavra o 1º secretário da Assembleia Municipal, em representação do presidente, que se manifestou satisfeito pelas comemorações do 1º aniversário da elevação de Pedroso a Vila.
Considerou mesmo Armando Nogueira que Pedroso deveria ter sido das primeiras freguesias a ser elevada a Vila, sobretudo pelo seu passado histórico, pela muita indústria e comércio que tem, pelas potencialidades que denota. 
"Mas mais vale tarde do que nunca, e agora Pedroso tem o que merece e neste momento está em transformação total, para regozijo de todos os gaienses". disse.
Refira-se que os convidados foram obsequiados com uma medalha comemorativa do acto e um guião da novel Vila.

bottom of page